terça-feira, 3 de agosto de 2010

Momentos diferentes

Feche os olhos e pense que você está em uma pista de dança lotada. Agora imagine que a noite está ótima, o DJ é incrível, e das caixas de som começa a tocar a maravilhosa 'i gotta feeling', do Black Eyed Peas. Difícil ficar parado, não? Comece então a reparar nas pessoas ao seu redor.

Apesar de estarem todos ouvindo a mesma música, você vai perceber que cada corpo interpreta a melodia de uma maneira única; o cara balança um pouco para cá, a garota rebola um pouco para lá...

Isso nos leva a uma conclusão bastante simples (e a uma bela frase de efeito).

Viver é como dançar: cada um tem o seu ritmo.

Uma outra analogia possível – um pouco mais clichê, é verdade – é o das duas linhas que correm em uma mesma direção. Às vezes o destino faz com que elas se encontrem e sigam juntas; em outras ocasiões, elas chegam a se cruzar, mas se separam logo depois. Quase sempre, infelizmente, as retas seguem a simetria perfeita das linhas paralelas e nunca se encontram.

Deixando para trás a pista de dança e os desenhos geométricos, voltamos à realidade. E, conseqüentemente, a um fenômeno que tenho visto com cada vez mais freqüência: os casais que sofrem porque estão vivendo momentos de vida diferentes. Nesse caso, é algo tão forte que nem importa se os dois estão superapaixonados, pois a força do ritmo pessoal de cada um é maior do que a dos ritmos dos dois juntos. E quando é assim, invariavelmente acontece o inevitável: a separação.

Na prática, é a velha história do cara que está totalmente focado na vida profissional exatamente no mesmo momento em que a mulher sonha em ter filhos e uma vida mais tranqüila; ou aquele conhecido caso da garota que acabou de sair de um relacionamento traumático e se apaixona por um desesperado que quer se casar na semana seguinte. Não é culpa de ninguém, mas do relógio biológico-emotivo de cada um. Não adianta: quando os dois não estão na mesma vibração, tudo conspira contra.

Tem gente que consegue ter o desprendimento (ou uma paixão muito forte) para deixar de lado seu momento e se adaptar ao momento do outro. Será que vale a pena? Para alguns certamente dá certo. Para outros, é apenas uma forma cruel e lenta de assassinar a própria personalidade.

Saint-Exupéry dizia que "amar não é olhar um para o outro, mas olhar juntos na mesma direção". Eu acrescentaria que é bom torcer para as linhas paralelas se encontrarem no momento certo... para os dois.

2 comentários:

  1. Uhulll... Não é que ele voltou a postar mesmo!!!

    Adoro os seus textos!!

    Vê se dessa vez vc não para!! rsrs

    bjs

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  2. Adorei o texto...mto bom!!
    bjs

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